terça-feira, 7 de junho de 2011

Frei luis de sousa modulo 7

Personagens principais:

- D. Manuel Coutinho de Sousa (protagonista): herói romântico; filho de Lopo de Sousa Coutinho; segundo esposo de D. Madalena; fidalgo honrado e religioso; abandona o nome de baptismo ao ser convertido em frei. Passa a chamar-se Frei Luís de Sousa.
- D. Madalena de Vilhena: foi esposa de D. João de Portugal; mulher recatada, virtuosa, cristã, dada a presságios; converte-se também à vida religiosa, recebendo o título Sóror Madalena. Os seus temores a impediram de desfrutar plenamente a felicidade de estar casada com D. Manuel. Revela que se apaixonou pelo segundo marido antes de ficar viúva e sente-se culpada e pecadora.
- D. João de Portugal: guerreiro honrado e generoso; parece ser cruel e vingativo, mas perdoa a esposa; pede a Telmo que salve D. Madalena e D. Manuel do triste fim que os aguardava.
- Maria de Noronha: filha do segundo casamento de D. Madalena; aos treze anos apresenta-se como menina pura, inteligente, perspicaz, intuitiva, estudiosa e que gosta de ler. É carregada de virtudes que a diferenciam das outras meninas da sua idade. É muito influenciada por D. Telmo. D. Madalena afirma que a menina não ouve, não crê, não sabe senão o que D. Telmo lhe diz. Sofre de tuberculose e morre no final da peça. Segundo Vasco Graça Moura , uma análise psicológica da obra revelaria uma conexão entre Maria e a filha ilegítima de Almeida Garrett com Adelaide Pastor.
- Telmo Pães: escudeiro que ajudou a criar D. Manuel, e antigo amigo da família que dizia amar Maria como se fosse sua filha. Alimenta os temores de D. Manuela e não impede que ela e o marido se entreguem ao claustro. Desejava o tempo todo o retorno de D. João de Portugal.
- Frei Jorge: irmão de D. Manuel; evita que Telmo apresente a solução proposta por D. João de Portugal para livrar a família de D. Manuel da degradação social. Portador do discurso católico que promete consolar os sofredores, caso se convertam à religião e aceitem os desígnios de Deus.
- Miranda e Doroteia: criados de D. Manuel e D. Madalena. Doroteia é a aia de Maria.
- D. Joana de Castro: tia de Maria que abandona o esposo para se tornar freira.
- Romeiro: D. João de Portugal que retorna do cativeiro na Terra Santa e não é reconhecido por D. Madalena.

Espaço
·        Acto 1º
Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século XII. É, pois, um espaço sem grades, amplamente aberto para o exterior, onde as personagens ainda gozam a liberdade de se movimentarem guiadas pela sua vontade própria. Através das grandes janelas rasgadas domina-se uma paisagem vasta. – É o fim da tarde.
·        Acto 2º
Palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, que agora pertença a D. Madalena.
Salão antigo de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família, muitos de corpo inteiro; estão em lugar de destaque o de el-rei D. Sebastião, o de Camões e o de D. João de Portugal. Portas do lado direito para o exterior, do esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com as armas dos Condes de Vimioso. Deixa de haver janelas e as portas, ainda no plural, são já mais destinadas a cercar as personagens que a deixá-las escapar.
·        Acto 3º
Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal, comunicando pela porta à esquerda do espectador, com a capela da Senhora da Piedade na Igreja de S. Paulo dos Domínicos de Almada: é um casarão sem ornato algum. Arrumadas às paredes, em diversos pontos, escadas, tocheiras, cruzes e outros objectos próprios para uso religioso. É alta noite.  
·        Qual é o tratamento dado ao espaço no Frei Luís de Sousa?
Progressão em termos negativos. Há um afunilamento quer a nível de luz, decoração ou amplitude. Ou seja, vai evoluindo no sentido da acção: vão surgindo acontecimentos que afectam a vida normal familiar e que culmina com a morte de Maria. A acção caminha no sentido da destruição, a par do tratamento que vai sendo dado ao espaço.
·        Espaço social (costumes e mentalidades que definem uma época)
§         Características do palácio de D. Manuelà família da aristocracia
§         Madalena lendoà Sendo mulher, usufrui de educação
§         A existência de Telmo, Doroteia, Miranda
§         Maria lendo “Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro
§         D. João servia ao lado de D. Sebastião
§         Peste à população com más condições; a Almada não chega a peste devido à falta de comunicação
§         Os casamentos não eram feitos por amorà D. Madalena casa com D. João por obrigação
§         D. Madalena fica com tudo o que era de D. Joãoà os casamentos eram feitos com base na partilha
§         Maria é uma filha ilegítima por ser filha de um segundo casamento
§         Más comunicações: um cativo na terra santa não consegue fazer saber-se que está vivo e a família também não o encontra
§         O marido funciona, muitas vezes, com pai da esposa, pois esta é muito mais nova que ele.


Características românticas:

Estas características são, essencialmente, as seguintes: os agouros e as superstições populares dão expressão à manifestação da cultura portuguesa; os valores patrióticos e nacionais são exaltados, sobretudo, através de Manuel de Sousa Coutinho; a religião cristã surge como consolo; realismo psicológico sustentado na personagem Telmo; a experiência pessoal do autor; morte de Maria.

Aspectos trágicos

Muitos elementos da tragédia clássica estão presentes na obra, como a hibris, o esboçar de um conflito (que nasce da hibris e se desenvolve através da peripécia e do reconhecimento (agnórise) imprevisto que provoca a catástrofe e que acarreta a morte física (Maria), psicológica (Manuel e Madalena) e social (família) de todas as personagens) entre as personagens há um destino implacável, revelado através de indícios e presságios. O desencadear da acção dá-nos conta do sofrimento (pathos) que se intensifica (clímax) e conduz ao desenlace. O sofrimento age sobre os espectadores, através dos sentimentos de terror e de piedade, para purificar as paixões (catarse). Outras características: simplicidade da intriga; estrutura tripartida da acção dominada por personagens torturadas por conflitos de consciência: D. Madalena e Telmo e pelo coro desempenhado por Telmo e pelo coro final.
 
Personagens:
Manuel de Sousa Coutinho – Segundo marido de madalena; pai de Maria; teme que D. João possa regressar ( ideia inconfessada ); que a saúde débil de sua filha progrida para uma doença grave ; decidido, patriota ( incendeia o seu palácio porque este iria ser ocupado pelos governadores espanhóis; sofre, sente remorsos ao pensar na cruel situação em que ficara a sua querida Maria; Amor paternal.
D . João de PortugalCasado com Madalena, mas desaparecido na batalha de Alcácer Quibir; austero; sentimento amoroso por Madalena; sonhador; crente ( quando pensa, por momentos, que Madalena o ama ).
Dona Madalena suporte viuva de D. João de Portugal; casa com Manuel de S. Coutinho; nasce Maria, filha de Manuel; Angustia em relação à situação insegura do seu casamento; remorso por ter gostado de Manuel de S. enquanto era ainda casada com D . João; Inquietação em relação a Manuel de Sousa e a Maria; Insegurança e hesitação; profunda, feminina; mulher p/ lágrimas e para o amor, ela sofre e sofrerá sempre, porque a dúvida não a deixará ser feliz; perfil romântico; solidão.
Maria de Noronha – Filha de D. Madalena e D. João; amor filial, curiosidade; sonho, fantasia, idealismo, filha fatal, adolescente fantasista, sebastianista por influência de Telmo, adivinhava " lia nos olhos e nas estrelas " ; sempre febril, cresceu de repente, criança precoce; gosto pela aventura, frágil, alta, magra, faces rosadas, patriota, intuitiva, inteligente.
Telmo Paisescudeiro de família dos condes vimioso, sofre pela volta de D. João, pois esta tirará a tranquilidade da sua " menina " ; sofre porque é forçado a ver o seu velho amo como um intruso que nunca deveria ter vindo. Por amor a Maria, dispõe-se a declarar o Romeiro como um impostor; confessor das personagens femininas; o coro da tragédia, sádico, fiel, confiante, desentendido, supersticioso, sebastianista, humilde, enorme sabedoria.

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